Nokia Future Urban

Acabou!

Desde o dia 15 de Julho, estive completamente atado ao trabalho. Quando não eram dois, somado com a fotografia no Circo Voador.

Foram muitas noites não dormidas, ou com apenas 3 horas de sono. Muito trabalho, muito uso da criatividade ( não sabia que conseguía pensar em coisas tão legais e em tão pouco tempo ), todos os prazos pra ontem, que conseguimos manter adiantados, muita adrenalina, momentos de terror e tristeza, mas que a equipe conseguiu contornar com muita união, camaradagem, e jogo de cintura que o bom carioca tem de sobra.

Pessoas de lugares e personalidades completamente distintas, conseguíram não somente fazer o projeto funcionar, mas com extrema habilidade, agilidade e qualidade.
Não foram poucas as vezes que ouvia em inglês que "esse foi o melhor projeto de todos do mundo todo, que estava lindo, que as fotos feitas pelo grupo ( que muitos aprenderam e descobriram que tinham talento numa tarde ) estavam ótimas". Era só elogio do começo ao fim.

No último dia, fique sabendo que meu apelido entre os mentores do Projeto, Jan Chipchase, Indri Tulusan, Willian Yau e Younghee Jung era "Golden Boy".
Nenhum salário paga tão bem quanto o reconhecimento pelo esforço realizado para que tudo saia perfeito. E isso eu fiz do começo ao fim. Assumi diversos cargos para poder suprir e também aprender para que pudesse tomar melhores decisões. Ajudei vários amigos, coordenei uma equipe, elaborei um projeto, tive idéias inovadoras e criei um material não só graficamente qualificado, como rico em contexto e criatividade. Nunca fiquei tão feliz por um trabalho.

Ganhei matéria sobre o meu alargador num blog do organizador do projeto, que chamou a atenção da revista Wired que criou outra matéria sobre.

Mas nem tudo é ouro.

Na favela do Jacaré, com muitos problemas com a polícia ( eram os únicos problemas na verdade ), cenas chocantes, como crianças e mulheres caídas pelo chão se destruindo pelo uso do crack. O caveirão entrando as 9 da manhã, e o batalhão com toda a agressividade e sorriso no rosto que só um sádico sem amor nenhum ao próximo poderia ter.

Morto na frente de trabalhadores, um viciado estava roubando na favela, e enquanto perdia suas roupas pelas vielas, os olhos de medo e tristeza, viam friamente um corpo ainda vivo sendo arrastado pra então executado e degolado, enquanto se jogavam por um projeto de rua sem espaço nenhum, pra fugir das balas.

Logo Coloco fotos.

Um abraço a todos que fizeram parte dessa família.
Nokia, Connecting People.